quarta-feira, 20 de maio de 2015

Muricy cita falta de união no São Paulo




Quase dois meses após deixar o São Paulo, o técnico Muricy Ramalho abriu o jogo e citou a falta de união entre a diretoria e o grupo de jogadores e comissão técnica no que diz respeito a solucionar os problemas do clube.

No começo do ano, o treinador já havia mostrado incômodo com as cobranças em público do presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, e do vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro. Em entrevista ao Jogo Aberto, Muricy disse que o São Paulo precisa resolver as coisas de maneira interna.

“O São Paulo sempre foi um clube sempre que resolveu as coisas internamente. É muito importante que as pessoas que comandam se juntem pra, de fato, resolver, e não dar satisfação pra opinião publica. Aidar e Ataíde são bem sucedidos, não precisam disso, só que tem que ajuntar um pouco mais”, afirmou o treinador.



Muricy muda tom do discurso: “Aqui é descanso, meu filho”

Se o técnico ficou marcado pelo famoso bordão “Aqui é trabalho, meu filho”, o momento agora é outro. Após passar por uma cirurgia para retirada da vesícula, o treinador deu sinais de que não deve voltar tão cedo ao futebol.

“Trabalhar só por dinheiro não dá, tem que participar. Por isso, resolvi dar uma parada. No começo, o pessoal do São Paulo não foi muito a favor, mas tive de explicar que tava ruim. (...) Agora é pouco trabalho, agora aqui é descanso”, brincou.

O técnico contou detalhes de sua saúde e disse que está se sentindo bem por estar mais perto da família.

“A operação tinha que ser feita, era um problema sério que podia piorar. Mas estou me sentindo bem, voltei a praticar atividade física, isso é importante (...) Fui pra UTI, é difícil pra quem não tem experiência, começa a passar um filme, porque sempre tá longe da família. Agora, está sendo muito bom [estar perto da família], o mundo do futebol toma conta, e a outra vida você não tem”, contou o tricampeão brasileiro com o Tricolor

Treinador crê em volta por cima do São Paulo, mas rechaça treinador novato ou estrangeiro

Apesar do momento de instabilidade vivido pelo Tricolor, Muricy disse que ainda tem esperanças em uma reviravolta da equipe, por conta da força do elenco.

“São Paulo tá oscilando muito. No Paulistão, foi um dos times que mais fez gol e menos tomou, mas não convenceu. Ainda tenho esperança que vai dar a volta por cima, porque time tem, só não tem a sequência e precisa de confiança”, disse.

Ele confirmou que, à época que deixou o clube, sugeriu o nome de Abel Braga para substituí-lo. Entre os motivos, está a experiência do ex-colorado. Para Muricy, o time cometerá um erro se apostar em um técnico novato ou estrangeiro.


Abel foi o nome sugerido por Muricy no São Paulo. Foto: Divulgação


“Na época, sugeri o Abel, porque é um cara que eu conheço, vitorioso. No São Paulo, falam pra botar um cara novato, mas não vai aguentar, é um clube gigante. Primeiro, tem que traçar um perfil, e não contratar no desespero. (...) Estrangeiro tem dificuldade, porque vai chegar no meio do campeonato e não vai saber de nada. Futebol não é assim”, ressaltou.

Questionado sobre Milton Cruz, Muricy disse que o interino não tem intenção de assumir o cargo e que não vê a hora de retornar à sua função de auxiliar.

“O Milton nunca quis porque ele sabe que, assim que assinar o contrato, no dia seguinte já é questionado. Ele tá fazendo o trabalho, mas o que mais quer é voltar pra função dele”.

Sobre a saída de Luiz Felipe Scolari e sua possível chegada ao São Paulo, Muricy disse não saber se o ex-técnico do Grêmio aceitaria iniciar um trabalho de forma imediata.

“Felipão é um grande nome, mas não sei se vai querer voltar agora, porque não é fácil. Teve o problema da Copa do Mundo, e estava em um momento difícil no Grêmio”, completou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário